Segredos do Teleférico da Penha contados em livro
Sociólogo vimaranense relata factos desconhecidos e mostra documentos inéditos sobre a história e a construção do primeiro Teleférico de Portugal.

A história do Teleférico da Penha, o primeiro meio de transporte em suspensão posto a funcionar em Portugal, é contada em livro pelo autor Esser Jorge Silva e promete ficar na história da cidade.
A obra custa 15 euros e está disponível no Santuário da Penha e na Loja do Júlio, na Rua da Rainha, em Guimarães.

Dezoito anos depois da sua inauguração, a obra sobre o teleférico vimaranense foi lançada no dia 13 de Dezembro de 2013, na Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães, mostra documentos inéditos e revela, entre muitas outras novidades, que o arquiteto Fernando Távora havia também projetado um elevador para a montanha da Penha.

Na investigação, que durou cerca de dois anos, o investigador encontrou vários documentos que constituem novidades absolutas sobre a tentativa de construção do empreendimento, que chegou a ser pensado sob várias formas: funiculaire, elevador, elétrico e, finalmente teleférico. 

Entre muitas outras novidades, o livro revela que, em 1958, Fernando Távora, ainda um jovem arquiteto, projetou um elevador para a montanha da Penha a pedido do então presidente da Câmara de Guimarães, Magalhães Couto, que aí queria construir também um Grande Hotel. 
Dos factos mais recentes, o livro dá a conhecer um documento da empresa fornecedora do teleférico classificado como “confidencial” e que a Turipenha, empresa construtora e gestora do teleférico, nunca chegou a ter conhecimento. Nesse documento, a empresa manda realizar um seguro do teleférico por 15,3 milhões de francos franceses quando o estava a vender por 18 milhões de francos franceses. 

O livro não só explica as dificuldades na construção do teleférico durante os primeiros anos da década de 1990 como aborda, e aprofunda, as origens e a necessidade de uma ligação direta entre a cidade de Guimarães e a montanha da Penha. 
O teleférico da Penha foi inaugurado no dia 24 de junho de 1995, após cerca de cinco anos em construção. Para a sua concretização foi constituída a Regie-Cooperativa Turipenha, na qual se esperava uma grande participação de privados no seu capital. Gorada essa hipótese, acabou por ser a Câmara Municipal de Guimarães a proporcionar as condições económicas para conclusão do empreendimento. 
Em 1995, foi o primeiro meio de transporte em suspensão posto a funcionar em Portugal. Posteriormente, Lisboa, Funchal e Gaia viriam a construir teleféricos idênticos. 

Sugerido por Manuel Roriz Mendes, Juiz da Irmandade Nossa Senhora do Carmo da Penha e primeiro tesoureiro da Turipenha, o livro é da autoria de Esser Jorge Silva, sociólogo e investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho.